sábado, 12 de dezembro de 2009

TROFÉU BIGORNA 2009: A PREMIAÇÃO.

Voltando de um bom tempo no ocaso.Desta vez,segue um pequeno texto do grande Amigo Edgar Franco.Para quem não o conhece,é uma boa oportunidade para conhecer sua carreira não só como um puta pesquisador das artes-mídias(precursor dos estudos sobre quadrinhos no ensino superior),como também sua produção enquanto quadrinista.Tá ai!Agora,voltamos só ano que vem,com mais fotos realizadas nesses meses que teremos "férias"!
Bom fim de ano a todos que acompanharam o nascimento e desenvolvimento do blog!
À todos,meu muito obrigado e boas festas!

TROFÉU BIGORNA 2009: A PREMIAÇÃO.
Por Edgar Franco.

Dia 05 de dezembro aconteceu, no lendário Blackmore Rock Bar em São Paulo, a cerimônia de premiação do Troféu Bigorna para os melhores dos quadrinhos brasileiros no ano de 2009. O prêmio é organizado pelo Site Bigorna (www.bigorna.net) - maior portal dedicado aos quadrinhos nacionais da web, coordenado pelos pesquisadores e estudiosos das HQs Eloyr Pacheco e Humberto Yashima, assim como pelo quadrinhista Márcio Baraldi.

A proposta do Troféu Bigorna pode ser resumida nas palavras de Baraldi: "Valorizar e incentivar essa coisa que amamos tanto chamada Quadrinho Nacional! A política do site é conhecer e reconhecer tudo que está sendo feito dentro do Quadrinho Brasileiro, do mais tosco fanzine ao mais internacional dos autores, tudo com o respeito e senso crítico que só quem realmente produz quadrinhos é capaz de ter! Porque esta é a marca e diferencial do Bigorna: um prêmio e site criados e mantidos por profissionais que realmente escrevem, desenham, editam, e publicam Quadrinhos no Brasil! Gente que realmente está dentro do mercado e o conhece de Norte a Sul."

Em sua segunda edição, a premiação abarcou talentos de vários estados brasileiros e a cerimônia de entrega foi um momento realmente especial, uma verdadeira festa organizada por Márcio Baraldi que também estava lançando o seu novo álbum das, já notórias, personagens "Roko-Loko & Adrina-Lina". O bar Blackmore, um espaço aconchegante que além do palco e platéia conta com um mezanino, estava repleto de pessoas unindo duas tribos muito curiosas a dos roqueiros e a dos quadrinhistas e, claro, fãs de rock e de quadrinhos.

O grupo de quadrinhistas "Quarto mundo" montou um estande de vendas com dezenas de publicações de HQs independentes e autorais de talentos de todo o país, além disso o mágico Átila estava presente visitando as mesas do mezanino e entretendo os presentes com seus truques incríveis antes do início da premiação.

No espaço do Blackmore destacavam-se claramente a presença de alguns senhores, grandes mestres dos quadrinhos brasileiros que foram homenageados na premiação, dentre eles Diamantino da Silva, Antonio Luiz Cagnin & Álvaro de Moya.

Ao iniciar a premiação, Márcio Baraldi, tendo como assistentes de palco o cartunista Bira e sua linda filhinha de 8 anos, convidou o primeiro premiado da tarde para receber o troféu de melhor desenhista de 2009, o paulistano Luke Ross - que já desenhou para as editoras Marvel e Dark Horse incluindo títulos importantes como o Homem Aranha e Samurai.

Após os agradecimentos de Ross, subiu ao palco o roteirista Alvimar Pires dos Anjos, premiado por seu fabuloso trabalho com a série de fantasia e ficção científica Gilvath, desenvolvida em parceria com o lendário desenhista Mozart Couto. Seguiram as premiações de melhor cartunista para o talentoso Spacca e melhor jornalista especializado para Marko Ajdaric, do Neorama Quadrinhos - que infelizmente não pode estar presente.

Chegou minha vez, um momento de muita emoção e felicidaqde. Recebi o Troféu Bigorna 2009 para o melhor álbum de aventura/outros pela minha revista em quadrinhos Artlectos e Pós-humanos # 3, da editora Marca de Fantasia. Em meus agradecimentos destaquei o apoio fundamental de minha esposa Rose Franco durante os meus 20 anos de criação e pesquisa quadrinhística; dediquei o prêmio a todos os artistas da chamada linha poético-filosófica de quadrinhos, um gênero genuinamente brasileiro que está inclusive sendo motivo de pesquisa de pós-doutorado desenvolvida no Instituto de Artes da UNESP pelo prof Dr. Elydio dos Santos Neto - que honrou-nos com sua presença e a de sua esposa Marta, também uma estudiosa das HQs. Destaquei todos os editores de fanzines que ao longo dos anos abriram espaço para minhas HQs poéticas e experimentais e finalmente os editores que acreditaram na revista "Artlectos e Pós-humanos", inicialmente José Salles, da editora Júpiter II e atualmente, Henrique Magalhães, da editora paraibana Marca de Fantasia. Foi emocionante levantar o troféu e ver tantos amigos inestimáveis presentes ali.

A cerimônia continuou premiando categorias importantes como a de melhor blog/site de quadrinhos para o importante Zine Brasil, de Michelle Ramos - que infelizmente não pode estar presente, também o prêmio de melhor chargista para o notório mineiro de Uberlândia Maurício Ricardo, criador do site Charges.com.br e de charges animadas para diversos programas da rede Globo como Fantástico e Domingão do Faustão; Maurício subiu ao palco e demonstrou muita empolgação pela premiação em seus agradecimentos. O prêmio de melhor fanzine foi para Portal do Encantamento de José Pinto de Queiroz.

O prêmio de melhor editora foi para a paulistana Conrad que não teve representante na premiação e o de melhor editora independente para a Virgo, criada pelo grande cartunista Mario Mastrotti, que agradeceu de forma eloquente. O troféu de melhor publicação de humor foi para a revista MAD, seu novo editor Raphael Fernandes, responsável pela renovação do título, recebeu o troféu e agradeceu de forma irreverente.

A premiação de melhor livro sobre quadrinhos foi para Fantasma, de Marco Aurelio Luchetti, o editor Franco de Rosa foi receber o troféu pelo autor. A premiação "Contribuição à HQB (história em quadrinhos brasileira)" foi para a livraria especializada em quadrinhos Comix, o programa de TV HQ & Cia, de Cesar Freitas, e para o coletivo de quadrinhistas "Quarto Mundo" que levou meia dúzia de seus representantos ao palco fazendo muita festa e abrilhantando o evento com sua irreverência. O "Quarto Mundo" é hoje uma das inicitivas mais interessantes e profícuas de ação coletiva para a criação, publicação e distribuição de quadrinhos no Brasil, um exemplo a ser seguido. Parabéns a todos os envolvidos nessa brilhante iniciativa!

A premiação para os grandes mestres com uma vida dedicada aos quadrinhos, foi talvez o momento mais esperado da tarde. Dos 4 homenageados, apenas um deles não pode estar presente, o notório quadrinhista Rubens Cordeiro, os outros três estavam lá e propiciaram para os presentes um momento histórico para a HQB. Receberam o troféu das mãos de Baraldi, o espirituoso Diamantino da Silva, autor do livro Quadrinhos para Quadrados e editor do hístórico fanzine Mocinhos e Bandidos, o Doutor em Semiologia da Imagem pela Universidade de São Paulo (USP) e um dos primeiros estudiosos dos quadrinhos no nosso país Luiz Antonio Cagnin, e finalmente Álvaro de Moya, realizador da primeira exposição de quadrinhos do mundo, montada em São Paulo na década de 50, e autor de livros seminais como Shazam!

Para os amantes e estudiosos das HQS como eu, foi realmente um momento ímpar estar ao lado desses grandes mestres. Por último, o prêmio homenagem especial foi para a personagem Senninha da HQM editora. O fechamento da cerimônia aconteceu com um belíssimo solo de gaita do grande cartunista Bira.

Após a premiação o palco foi ocupado pela banda EXXÓTICA, com seu hard rock glam de letras inspiradas e presença de palco marcante que inclui maquiagens criativas personalizando cada músico. Seguiu-se o show da banda Cracker Blues, também muito bem recebido pelo público presente.

Para mim, além da emoção da premiação, foi um momento de reencontro com vários amigos da cena dos quadrinhos brasileiros, além de outros que tive a chance de conhecer pessoalmente como os amigos do coletivo Ravens House, Iam Godoy & Rosana Raven, vários integrantes do coletivo Quarto Mundo, entre tantos outros. Alguns amigos vieram de longe para prestigiar-me e assistir a premiação como o Dr. Hermes Renato Hildebrand, professor do Instituto de Artes da Unicamp, e o quadrinhista e irmão na arte Gazy Andraus.

Enfim, um dia pra ficar na mémoria! Congratulações aos organizadores do Troféu Bigorna e meus votos de que a premiação se perpetue por muitos e muitos anos ajudando a alavancar o cenário da HQ nacional.

Abraço pós-humano.


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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Recordações da casa dos silenciosos...

Poema advertência

Embaixo do guardanapo,
um garfo:
O susto!

Bom gente,após a percepção do amigo Raul Maciel,volto a publicar algo nesse blog.Conheci um bom poeta,dia desses.Seu nome é Marcelo novaes.Procurem!Esse é daqueles que fazem jus à escrita.

Rapidamente,semana que vem ministrarei um curso na semana de artes sobre Intermtextualidade entre Literatura e Fotografia.Espero que dê certo!Caso se interessem,entre em contato.

Cordialmente

Anésio Neto

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Escritos...

Finalmente volto com alguns poeminhas.Ainda em dúvida,estou reescrevendo-os.

"A noite é a melhor conselheira,etcétera.E trouxe a eles um sono pesado e silencioso,depois que os corpos se encontraram em uma batalha monótona que,no fundo,não haviam desejado.Uma vez mais fechava-se o acordo tácito:pela manha falariam do tempo,do crime de Saint-Cloud,de James Dean" - Julio Cortazar,"Cartas de Mamãe" in As armas secretas

Baseado neste trecho do Cortazar,o qual me detive por duas noites - sem sequer terminar o conto...rs - escrevi três versões de um mesmo poema.

Simulacros [1]

Depois
que os corpos se encontraram
numa batalha monótona,
sem haverem se desejado
- como se fossem Mortos -

A noite,
como se fosse a melhor conselheira,
traz junto a eles

o sono pesado
e silencioso.

Simulacros [2]

Depois
que os corpos se encontraram
numa batalha monótona,
sem haverem se desejado

- como se fossem mortos -

A noite

traz junto a eles
a recompensa de um sono
pesado
e silencioso

- como se fosse a melhor conselheira -


Simulacros [3]

Pela manha,
cartas de mamãe e
conversas de filme francês

Pela noite
corpos de mortos
em terreno árido companheiro
[etecétera

Ajudem-me!
hauhauaha

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Congada - 11/10/09

As fotos abaixo foram tiradas ontem no encontro de Congada na cidade de Uberlândia - MG.

1)

[By Anésio]

2)
[By Anésio]

3)
[By Anésio]


4)

[By 'Silvão']

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[By Anésio]

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[By Anésio]

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

As andanças



Olá a todos!
Há tempos não apareço por aqui.
Bom,a todos que possam se interessar,ministrarei um curso no MuNa,Museu de Arte daqui da cidade de Uberlândia.Juntamente com mais dois amigos,trataremos,especificamente,da fotografia na contemporaneidade.Aqueles que possam se interessar entre em contato comigo: anesio.azevedo@gmail.com. Ou pelo telefone: 99398115.

Foto dedicada aos amigos da Lyc e para o amigo Edgar,sem o qual (juntamente ao meu pai) não seria possível ser o que sou.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Unicamp - I



Dentre algumas coisas interessantes que me ocorreram este ano,a viagem à Unicamp foi algo extremamente produtivo.Seja pela apresentação de um trabalho vinculado à minha pesquisa acadêmica,seja para ajudar que algumas coisas,bastante turbulentas que ocorreram recentemente em em minha vida, se assentassem melhor.A oportunidade em fotografar lugares e conhecer pessoas é sempre única e produtiva.Sobretudo a mudança de "ares".Assim como alguns escritores norte-americanos preferiram a Inglaterra aos Estados Unidos, Uberlândia e Ituiutaba já me parecem monótonas demais.A produtividade,as relações,os lugares parecem-me tudo sempre 'chato'.
Enfim,seguindo nesse ritmo,posto aqui uma de meus pensamentos fotografado.
Não a última,espero que seja uma das primeiras vinculadas à essa viagem.

"Sem mais delongas"


Anésio Neto

terça-feira, 8 de setembro de 2009

"É porque já vivi muito que agora posso apreciar tanto todas as coisas.Não acha?"
HEMINGWAY,in: O sol também se levanta


Invinha eu, ontem à tarde,andando rumo à minha casa.Tive um dia ruim,muito ruim mesmo e,até então,não havia sido atormentado por ninguém.Quando mais que de repente,ouvi uma voz gritar do outro lado da rua.Parei,olhei:um amigo.Ele vinha aflito para me encontrar.Cara chato.Pude perceber que ele queria mais é conversar.Falava de algo relacionado ao seu relacionamento com uma moça.Não me lembrava sequer quem era.Até que,de tanto puxar em minha mente,me veio a expressão simpática dela.Moça bonita, e simpática também.Ahh...Lembro-me de que não entendia o porque dela estar com ele!É engraçado como lembramos das pessoas:ou lembramos de algo que nos chama a atenção nela,ou de algo que odiamos com todo furor.
Quando eu pensava que ele iria acabar a conversa,ele puxava mais algum assunto.E sempre assim:"ah...você lembra disso?o que vocÊ achava sobre isso?" ou coisa do tipo:"o que cê pensa sobre sua vida?"

Porra: o maior impropério que alguém pode lançar para uma pessoa.Afinal de contas,o que aquilo irá contar de melhor para aquele que pergunta?Sei que ser sábio é saber a forma correta de fazer alguma pergunta.E,até onde eu tinha por decente,essa era a pior forma de ser irritante.Fazer esse tipo de indagação(ou qualquer tipo:de fato,as pessoas nunca me perguntam coisas interessantes!)é assassinar algo que é seu e que não precisa,necessariamente,vir à tona.Sou meio pudico com essas coisas...Sei lá se essa palavra é a certa!Pro inferno com essa pergunta!

Na hora busquei ter calma.Pensei: "calma,é o fígado!",pois eu já vinha demonstrado certa hostilidade para com qualquer tipo de vida que buscasse rastejar no chão da comunicabilidade.Eu não sou de falar muito.De fato,falo mais comigo e amigos mais intímos:acho que o homem emana sua própria decadência ao escrever ou falar qualquer coisa que pensa - seu pensamento torna-se domínio público.E,trabalhando tanto tempo no serviço público,acredito de todo que o espaço público torna as pessoas mais propensas à arbitrariedade do chamado "status quo".Pro inferno com o "status quo"!

Bom,pensei gentilmente cá com meus botões: "que bobagem!isso não passa de bobagem!".
O que as pessoas te questionam sobre seus próprios pensamentos não passa de besteira!No mais,elas querem mais te afrontar com algum tipo de questionamento só para verem se você pensa como elas.Pensamento egoísta...Ahh se pensamentos matassem!

Disse que não havia vivido o suficiente.Ele compreendeu,ou tentou,sei lá!Da minha parte,sei que somente com uma vida cheia de afrontas,como era aquela pergunta,é que eu podia produzir algo de significativo.Não se fazem bons livros em um dia.Têm-se a ideia,só que quando elas nascem não são boas o suficiente.É preciso amdurecê-las.Degladiá-las umas com as outras.Não sou daqueles que acredita em gênios sem cicatrizes.

Acho que isso foi o suficiente para que ele fosse embora.Acho que isso foi suficiente para me retirar dos meus pensamentos.


Sem mais delongas,

Alcibiades Nihil

e-mail para contatos: alcibiades.nihil@gmail.com

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Campo Outonal



Photo By Anésio Neto
Tratamento by Kheru

Dedicada ao amigo Raul e à amiga Núbia

sábado, 22 de agosto de 2009

Uma fotografia agradável...



Fotografia tirada por mim no último encontro de Congada em Ituiutaba,dia 10/05/09.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sobre a proposta da arte fotográfica

Quanto mais pensamos em analisar um objeto artístico, menos pensamos ele como um todo. É inerente ao processo de análise esse desdobramento do objeto a ser analisado. A fotografia,a meu ver,é um desse "átomos" imagéticos.Ela dificilmente pode ser reduzida;assim é com qualquer imagem.
Algumas pessoas ainda buscam na fotografia qualquer coisa que as leve para fora da própria foto.Esse processo é algo meramente analítico:enxergar as pertes e nao visualizar o todo composto pelo ato fotográfico:nao é,simplesmente,um momento congelado!É sim uma realidade que se inicia e traz consigo o corpo do referente,morto.É a forma de arte que mais considero ambígua e enigmática(o cinema é da mesma laia).Nao é pra menos:ela torna ambígua a nossa própria nocao de realidade evidente,"nua e crua".

Dedicado à Gabriela Ribeiro

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Entardecer



by Rogério "Kheru"

Data - 02/08/09

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Revisitando Charles Bukowski - I


Ao falar de literatura ‘beatnik’ – movimento artístico de contracultura iniciado nos EUA após o fim da Segunda Grande Guerra, o qual subscrevia um estilo de vida oposto ao “american way of life” – muitas pessoas cometem o pequeno erro de associar ao movimento o nome de Charles Bukowski. Digo “erro” pelo fato de que o próprio autor negou diversas vezes, seja em entrevistas, seja pela voz de seu alter ego Henry “Hank” Chinaski, qualquer semelhança com Jack Kerouac, William Burroughs – o qual o velho Hank detestava – e Allan Ginsberg. Basta abrir O uivo e outro poemas, livro de Ginsberg, que já sacamos logo de cara uma das características do movimento: a experimentação literária, a qual também era realizada sob efeito de entorpecentes.
Discussões de movimentos à parte, essa pequena introdução tem o intuito de apenas ressaltar a importância da escrita literária de contracultura nos Estados Unidos. Não só um movimento fundado em porres monumentais, essa ‘reviravolta’ lançou mão de escritores e críticos literários que até então não eram tão respeitados nas universidades estadunidenses, fato esse que contribuiu para o respeito que ia se formando para com aqueles escritores.
Ainda vivo, Bukowski alcançou muito prestígio com seus contos e poemas que retratavam da vida marginalizada e difícil de grande parcela dos esquecidos pelo “modo de vida americano”. Grande parte do dinheiro que arrumava para bebidas provinha de leituras feitas nessas universidades. O fato é que, na medida em que ficcionalizava sua própria vida, desde seus empregos de curta duração, até mesmo á conturbada vida pessoal regada a muito uísque e sexo com mulheres de todos os lados do país, Bukowski ia construindo um estilo próprio, cheio de pensamentos sinceros sobre a vida, e arranjando um lugar para seu nome.
Ler seus livros, em minha opinião, é um grande desafio, não pelo seu estilo, haja vista que a utilização de períodos curtos e diretos torna a leitura muito gostosa e clara. Mas, acredito que as pessoas, num primeiro olhar, taxa muito facilmente seus escritos de “sem escrúpulos” e não possuidor de um “estilo louvável”. A dificuldade em resgatar ouro em superfícies turvas é grande. Para isso, é-nos necessário ir mais fundo, principalmente ao ler seus escritos. O pensamento se envolve por uma película de verdade, visto sob os olhos de quem os forjou no âmago de cada partícula de existência. A vida pulsa em seus escritos.
Pretendo, pois, fazer uma resenha de três filmes que buscaram levar às telas sua vida e seu olhar intenso sobre a vida. O primeiro, cujo roteiro é da autoria de Bukowski, é de 1987 “Barfly”. O segundo, de 2005, mas que só chegou aos cinemas brasileiros em 2006: “Factotum”, baseado em seu romance de mesmo nome. O terceiro, de 1981: “Crônicas de um amor louco”. Espero, assim, resgatar a essência dos escritos transcritos nos filmes.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um fato curioso

Um fato curioso


Um fato curioso, como muitos em meu dia-a-dia, chamou minha atenção tempos atrás. Em seu segundo ano, o 2º Concurso de Fotografia da Faculdade do Triângulo Mineiro, a FTM, obteve uma fotografia vencedora. Com o tema “História da Nossa Terra”, o intuito, bastante significativo por sinal, era de que os participantes lançassem um olhar mais histórico sobre a nossa Ituiutaba. Ponto positivo, haja vista que a intervenção dos participantes em sua terra natal nos mostrou uma cidade cujos maiores locais de destaque passam despercebidos pelos olhares que se dividem entre os carros que cruzam afoitos o trânsito, e o relógio que coordena, com disciplina militar, o andado por entre as ruas principais da cidade.
Com o total de 27 fotos inscritas (pequena quantidade para uma cidade a qual possui alguns milhares de habitantes) o concurso teve como foto ganhadora uma duvidosa fotografia... Quem teve a oportunidade em vê-la, logo percebe uma coisa: a casa representada é aquele casarão que todo mundo nota ao passar pelo cruzamento da 26 com a av. 15:



De fato, a casa evidencia os tempos idos, seja por sua arquitetura, seja pelas histórias que ouvimos quando pequenos daquele mesmo lugar. Isso é o sinal de que a história anda de mãos dadas com nossas vidas, só que não a notamos tão evidente. Para que essa [a história] se torne evidente principalmente em uma fotografia acredito que não basta o amarelado do papel, ou muito menos captar uma edificação antiga: antes de tudo é preciso o olhar.
Ao dizer isso, não quero parecer um velho rabugento que só reclama da vida– ao contrário, quero olhares que me dêem coisas novas ao que pensar! Nada mais coerente, não é mesmo? Além do mais, pensar é a melhor forma de prevenir o Alzheimer, sabiam? E, na minha rabugice de velho, creio que aquela não era a melhor foto para me pôr diante do meu passado vivido em Ituiutaba, muito menos uma fonte para me prevenir do Alzheimer... Conquanto que fosse melhor fotometrada (observada a condição da luz no momento em que se tirou a foto) e tido um enquadramento mais digno (resultado de horas pensando em qual melhor meio para tirar a foto), eu poderia achá-la interessante...
Mais um devaneio – a fotografia, sobretudo hoje, não é apenas fazer “clique!” no disparador. Não é, da mesma forma, puramente um registro histórico de uma determinada época. Basta olhar para as fotografias de Sebastião Salgado, Steve Mccurry, Cartier-Bresson, Eugene Smith, Araquém Alcântara etc. que logo percebemos a realidade da própria foto, ou seja, elas possuem algo que nos atrai, que nos chama a atenção e sensibiliza. E isso não está naquilo que ela representa, mas está no modo como lançamos os nossos olhares para o objeto de nossa atenção – o mundo! Essa é a condição que coloca em contato todos os homens ao olharem uma fotografia com a de Steve Mccurry de uma refugiada afegã tirada em 1985:





A foto, de autoria Steve McCurry, foi feita com um Kodachrome








Mas é óbvio: minha crítica não deve ser entendida contra a pessoa do fotográfo, longe disso. Ou melhor, deve-se voltar para a banca examinadora. Pressuponho que essa [a banca] tenha sido composta no mínimo por especialistas no que estão julgando: quem melhor do que um médico para julgar os erros ou acertos de um colega de profissão?
Deixando a rabugice de lado, gostaria de fazer valer alguma fotografia que passou despercebida:


Sinceramente, essa me deixou (e a todos que mostrei) sem palavras... A imagem parece falar mais do que mil julgamentos. Por ser um apaixonado por retratos, gostei muito da fotografia com o título: “Pedrão, um memorial ituiutabano”. E teve algumas mais que, em minha opinião, devessem ser mais bem analisadas sem o peso de estamparem o GuiaSei. No entanto, como o concurso já passou, essas minhas palavras passarão sem o menor alvoroço, como a uma folha que se deixa levar pela brisa da manhã. O que espero, pois, é que a fotografia seja levada mais a sério. Não como um simples meio de representar ‘velhos’ patrimônios públicos esquecidos, mas que faça mais que isso: que nos leve a repensar a trivialidade de nosso de dia-a-dia (e, consequentemente, a prevenir o Alzheimer!).

Sem mais delongas,

Alcibíades Nihil.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Debulhar o sorgo...




Uma fotografia paras as férias...

Ouvindo: Agalloch - Hallways of Enchanted Ebony

quinta-feira, 9 de julho de 2009

E pra onde anda o "real"?


Fotografia,já viram alguma?Pois bem,acreditam que elas representam o "mundo externo"?Será?!Ahh...Já ouviram alguma pessoa dizer que o mundo da televisão é "mais interessante" do que o mundo lá fora,visto sob a janela de um trem?Eu sim...No jornal da Globo...tsc tsc tsc
Enfim,tirando toda essa escrita de blog aí de cima,posso dizer que o mundo sem referências significativas - e com isso quero dizer algo forte - não é nada,ainda que seja á própria forma ou cores: sempre as encontramos no mundo,ou não?!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A minha referência!

Dizem (boa parte dos linguistas) que a metalinguagem acabou. No entanto, eu continuo, poeticamente, minhas próprias referências: à impossibilidade de referir-me, convencionalmente, às palavras... Continuo assim. De modo arbitrário.E de arbitrariedade vocês compreendem. Sem mais delongas...

Sem título - I

À palavra desenhante

Foi posta um desafio:

Caber no papel.


Não com rabiscos em folha sulfite,

Ou sombreios de carvão vegetal.


Mas mediante a linguagem,

Única que não se cala

(e sempre recria),

– mesmo perante a ausência do real:

Fática.


domingo, 14 de junho de 2009

A todo vapor...ao menos parece!

Bom,estive em busca de contatos. Algumas pessoas leram o blog: valeu aí Luciene,Edgar,Fred e Jompas! Espero que possam nos ajudar nessa empreitada...
O "Estranha Poiesis" busca uma manifestação contemporânea nas artes,sejam elas de qualquer suporte. Por "contemporâneo" entendo... bulhufas! Lembro-me vagamente de uma palestra do professor da UERJ, Ítalo Morriconi, na UFU,na qual o teórico buscou delimitar e conceituar o "contemporâneo". Desculpem-me,mas não achei tão satisfatória a sua conceitualização.
No entanto,não é "culpa" dele. Acredito que seja mais uma impossibilidade histórica,do que propriamente do conceito. É-nos necessária certa distância daquilo que buscamos conceituar,para termos uma visão mais abrangente do assunto. O conceito demanda tempo, uma determinada "narrativa" por detrás para que assim se torne o que é. E para determinar o que é a arte contemporânea é preciso uma reflexão que se referencie constantemente a outros conceitos. Dentre eles, identifico-me com a tal da "representação", conceito polívoco e altamente complexo.Sendo assim, nesses "posts" tentarei não entrar muito no assunto teórico, haja vista a sua inutilidade!Somos contemporâneos,e como tais,não queremos o pensamento envolto sob qualquer dificuldade.Queremos a imagem jogada,estirada;que,afinal de contas,nos atordoe!
Sem mais futilidades,aqui vai mais outra poesia, ainda (sempre) em construção.É um pouco antiga. Dêem dicas,ok?

Considerações Primeiras



Venho escrevendo desde as 8:00 da manhã,
E desde então não tive sequer
Uma imagem que me atordoe

A ponto de cortar vínculos
Com o que é ontem
E o que foi hoje.

Assim resgato a razão,
Que entra sorrateira pelos caminhos da sensação

E calada aniquila em pedaços
As reminiscências que germinam
O terreno da imaginação.


Anésio Neto



Tenham uma boa semana!!!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A referência e o fragmento

Bem vindos!
Resolvi,enfim,(re)criar um blog!Nunca consegui sustentar tal façanha.É realmente muito chato e difícil.Dá trabalho,sério mesmo!Já tentaram alguma vez?Ficar atualizando constantemente;buscar contatos;criar lista de preferidos!Afff...Se eu continuar enumerando esses 'defeitos',largaria mais um perdido por esse gigantesco mundo virtual.De tantas manifestações literárias presentes na internet,é impossível atribuí-las categorias valorativas.Essa é uma das premissas que fundam a polivocidade contemporânea.E acredito que assim perdurará.
Esse blog tem o intuito de propagar um pouco desse produção.Tentarei ser o mais breve,o mais fragmentado,o mais cheio de dúvidas,o mais coerente... Enfim,sei que isso é impossível num mundo onde todos reivindicam essas mesmas características. Buscarei,portanto,fazer desse algo diferente:com publicações de poemas,fotografias e possíveis estudos sobre qualquer coisa que me venha à mente.Façamos um pacto:eu escrevo,e vocês - vocês mesmos,leitores hipócritas - criam qualquer comentário,OK?!
Sem mais delongas,apresento um poema.Ao menos espero que haja aqueles para quem falo!

Bom comecemos:


Às vésperas das pessoas nos abraçamos*


Sempre junto a algumas noites em claro,
Ausente de qualquer vontade,
Entre mãos ansiosas que captam possibilidades,
Diante da menor atenção se esvai
O desejo

Que enquanto se fizer ouvir,
(e não a vontade,
Limitada a tão somente obedecê-lo)
Tornará presente as vésperas.



Anésio Neto



*Dedicado à professora Luciene Azevedo (UFBA), que devido à sua insistência, tornou a imagem uma possibilidade.





In: Experimentando a vida:cotidiano,esperanças e sensibilidades, Org. Enivalda Nunes Freitas e Souza, Uberlândia:2008,p.52.