quinta-feira, 10 de março de 2011

O que dizer da tecnologia?E a arte?

Olá a todos!
Ontem à noite me deparei com a Folha TEC - caderno do Jornal Folha de São Paulo sobre tecnologias inovadoras e computação - com a seguinte manchete "'Somos todos ciborgues', diz filósofa digital".A dita 'filósofa digital' é Amber Case,Antropóloga ciborgue que estuda a interação entre homens e máquinas.

Devo confessar que me interessou,nessa manchete,duas coisas: "filósofa" e "digital",duas coisas que não se vêem juntas,hoje em dia. A filosofia tem um histórico muito interessante no debate entre técnica e a vida humana,sendo a técnica muitas das vezes sendo rotulada negativamente.Os responsáveis por essa perspectiva,com o perdão de que eu caia em considerações simplórias sobre seus trabalhos,são,muitas das vezes,o pessoal da Escolinha - Escola de Frankfurt.Não saberia reproduzir o argumento deles,pois tenho um sério defeito de esquecer de argumentos de quem não gosto...Dessa forma,fica pra você,leitor,a tarefa de me afrontar com qualquer que seja a perspectiva adorniana.
Bom,continuando...Ao ter-me interessado pela manchete,como dizia ali em cima,propus a mim mesmo de ir vendo rapidamente o que essa 'filósofa' tinha a me dizer,um novato nos estudos da convergência entre arte e tecnologia.
Quem lê meu blog,sabe a defesa que faço da fotografia digital.De modo algum a considero a quimera da criação artística,tal como sua mãe, a fotografia analógica - taxada,em fins de século XIX,e início do século XX,de forma negativa como a opositora encarnada da criação artística.Como todos sabemos,pois não é nada difícil constatar,a fotografia digital insere-se nessa era da informação computacional.Há câmeras nos celulares,computadores,IPads etc.O benefício gerado pela convergência midiática são muitos,e,em minha opinião,o maior é a implicação epistemológica deste efeito para as imagens.Ou seja,novos modos de como relacionamos com a produção de sentido das imagens digitais. Tendo isso em mente,esperei que ela falasse alguma coisa nesse sentido,a fim de que eu melhor compreendesse os efeitos de sentido implicados pela inserção tecnológica em nossa vida. Assim sendo,como a fotografia também se beneficia do atual desenvolvimento tecnológico,seja ele aplicado aos processadores das máquinas,seja impelindo novas formas de criação de difusão da fotografia,acredito que esperar qualquer menção a essa mídia seria um grande ganho para meus estudos.
Começo a ler.Torço o 'bico'.Faço que "não" com a cabeça.E vejo o inevitável: não há nada de novo no que essa jovem,de 24 anos,diz - pasmem!como pessoas tão jovens assim conseguem um lugar na mídia para falar besteira?!me diz alguém,pois quero aproveitar a deixa para falar algo de útil!.Para tanto,dei-me ao trabalho de postar aqui,na íntegra,a entrevista que ela concedeu a um enviado da Folha à Hannover.Leiam,e me digam o que acharam!
Boa leitura...



Folha - Por que estamos nos tornando ciborgues?

Amber Case - Você é um ciborgue toda vez que olha para a tela de um computador ou usa um celular, porque está entrando numa relação tecno-social com um pedaço de tecnologia não-humana. Nossos celulares, carros e laptops tornaram-se ciborgues porque nós os empregamos para fazer coisas que não conseguimos como simples indivíduos. Nossos corpos podem estar nos mesmos lugares, mas nossas identidades e pensamentos estão viajando pelo globo.

Folha - E o que faz uma antropóloga ciborgue?

Amber Case - A antropologia ciborgue olha para a cultura moderna e dá um passo para trás para tentar enxergar o que está realmente acontecendo hoje. Durante a revolução industrial, boa parte da evolução da tecnologia estava relacionada à extensão do nosso corpo físico. Hoje, enquanto vivemos a revolução da informação, a evolução da tecnologia está relacionada à extensão da nossa mente. Um antropólogo ciborgue, portanto, estuda a interação entre humanos e não-humanos, incluindo o fluxo da informação e o uso de computadores e telefones.

Folha -  Como esses objetos de estudo mudaram nosso comportamento?

Amber Case - Vivemos um tempo em que as pessoas usam sites como Facebook e Twiter para criar suas identidades. Hoje, as pessoas têm um "segundo eu" na rede. Milhões delas utilizam o que eu chamo de "templates self", ou seja, usam sites construídos para receber fotos, conteúdo e atualizações de status de alguém sem que essa pessoa necessariamente saiba, veja ou entenda as engrenagens por trás do serviço.

Como humanos, somos dependentes de socialização, mas a maioria de nós não vive em pequenos vilarejos onde essa socialização é padronizada e culturalmente mediada. Em vez disso, a maioria vive em cidades, tem seu trabalho, mora em apartamentos sem saber quem são seus vizinhos de andar.

A tecnologia nos permite superar esse modelo de vida moderno, permite nos conectar a alguém quando estamos sozinhos no aeroporto, na fila do supermercado, em nossos carros. Isso compensa o isolamento imposto pelo modo de vida atual e o rápido intercâmbio de novos contatos e amigos.

Sites como Facebook são o "fast-food" da interação social. Informações pertinentes extraídas de integrantes de nossos grupos sociais são servidas em fatias, perfeitas para petiscarmos durante momentos de tédio proporcionados pelo isolamento de nossas vidas modernas

Embora muitos devam preferir encontros na vida real, não há tempo suficiente para distribuirmos entre tantos amigos tão próximos. Por outro lado, com narrativas curtas e sem qualquer formalidade social, a toda hora estamos mantendo contatos com pessoas.



Folha - Você acha que a computação em nuvens é um dos fatores para estarmos virando ciborgues?

Amber Case - Sim. Muito da nossa identidade, comunicação, história e informação --o que guardaríamos em nossos cérebros ou num espaço físico-- estão cada vez mais sendo armazenados em nuvem.

Para acessarmos isso tudo, precisamos usar termos de busca ou senhas, bem como a própria interface do computador. Porque computadores são muito poderosos, mas só durante alguns anos, até precisarem ser trocados. Ou seja, precisamos sempre fazer a manutenção de nossas próteses externas para poder ter acesso às extensões de nossos cérebros e identidades.

Computação em nuvens significa que há muita informação invisível sendo baixada e acessada. E é mais fácil colocar informação nesta nuvem do que tirar de lá. Se você eventualmente perder essa informação, isso significa que você sofreu uma perda na sua mente. Você automaticamente vai sentir que está faltando algo [em você]. É uma emoção muito estranha.


Você diz que a internet cria um ambiente de maior intimidade com nossos contatos. Quais são as consequências disso?

As consequências são que você provavelmente não vai se sentir tão sozinho quando estiver viajando por uma cidade que não conhece, ou um lugar que já é tradicionalmente chato. Ou em pé numa fila, fazendo tarefas repetitivas, sentado na sua mesa no trabalho.


Folha - Mas há uma diferença entre um amigo virtual e um real, não?

Amber Case - Sim, a principal diferença é que o amigo virtual não está tão amarrado geograficamente quanto o real. Quando alguém faz uma amizade pelo Facebook e essa pessoa vai para outro país, não há qualquer limitação na relação. Pelo contrário: há uma vasta variedade de maneiras com que essas pessoas podem se conectar, SMS, Twitter, Skype etc.

Existe outro benefício de não se estar preso à geografia: cada vez mais encontramos as mentes das pessoas antes de encontrar os corpos delas. Deste modo, pessoas com interesses similares que estariam impedidas de se relacionar por conta da distância podem se comunicar on-line. Um amigo virtual pode ser mais próximo do que um analógico a partir do momento em que as exigências que a comunicação "olho no olho" costuma trazer são minimizadas.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/tec/885177-somos-todos-ciborgues-diz-filosofa-digital.shtml



Amber Case's twitter: http://twitter.com/caseorganic

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

De volta,mas com algumas modificações!

Olá a todos!
Primeiro post de 2011,e já tenho algumas modificações em minha vida artística.Dentre elas,a mais interessante:finalmente consegui arranjar um pouco de paciência e deglutir o Photoshop!Sim,isso mesmo - Photoshop!Para mim ele sempre foi um monstro de 12 cabeças,o qual nunca consegui domar.Feito isso,acredito piamente que conseguirei arrancar os mais belos instrumentos para minha criação.Desde já, um efeito muito simples que consegui elaborar.

Espero que tenham curtido!Qualquer sugestão,entrem em contato!

Abraços

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Esclarecimentos: Exposição: Paisagens Artificiais - CENA 2


Olá a todos!

Antes de mais nada,gostaria de fazer alguns esclarecimentos sobre a minha exposição no CENA 2.
Primeiramente,não me foi de todo agradável por dois motivos:

a) os biombos cedidos não estavam em condições regulares para a exposição,pois tinham evidentes - e muitas! - marcas de usos antigos de fitas adesivas.Tais marcas eram espalhadas por todo o espaço,o que não me agradou muito,posto que minha intenção com as fotografias era de provocar certa "imersão" na temática;

b)Isso posto,tive que me virar com alguns papéis gentilmente cedidos pela gráfica da UFU,cujos tamanhos não correspondiam,infelizmente,ao tamanho do espaço dos biombos.Assim,juntamente à monitora Lorraine,"encapamos" todos eles,com recortes de cartolina cedidos pelo PET - Letras. 

Mesmo assim, obrigado à comissão (principalmente à Marisa) pelo espaço para realizar essa exposição no evento, ainda que eu não tenha me agradado com o resultado final.

Gostaria também de divulgar que todas as fotos da exposição - as quais se encontram em meu Blog - estão à venda. Caso haja o interesse,favor entrar em contato comigo por e-mail.

anesio.azevedo@gmail.com
Att.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Exposição: Paisagens Artificiais - CENA 2

Olá a Todos!!!

Dias 4 e 5/11,no Bloco 3Q da Universidade Federal de Uberlândia,haverá minha exposição "Paisagens Artificiais", que ocorrerá a manhã e à tarde. Eis o guia do evento - Colóquio de Estudos da Narrativa 2: http://www.gpea.ileel.ufu.br/cena/index.php?menu=programacao

Espero que todos possam comparecer!

Att;


Anésio Neto
&
Alcibíades Nihil

Homenagem às rendeiras

Rendeira da Fortaleza São José da Ponta Grossa, em Florianópolis - SC. Fotografia tirada em 31/10/2009.Recursos: Picasa

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Torres I e II

Fotografia tirada em baixo de uma torre de alta tensão em Ituiutaba - MG. Software de tratamento de imagem: Picasa.
O objeto que tenho em mente são torres de transmissão,pq eu bem já tenho certa inclinação a achar toda aquela estrutura muito bonita.Meu pai é engenheiro eletricista,meu irmão está fazendo o curso.Dai,basta imaginar.Mas nem só por isso,a estrutura delas me permitem criar algo a partir dessas formas "entrelaçadas".









Fotografias dedicadas aos meus pais.

sábado, 21 de agosto de 2010

Olá a todos!
Após um longo tempo sem nada a postar,eis uma foto.No intuito de relembrar o céu denso,que só vemos no final do ano - pois chegam as chuvas e o verão. O tempo seco é foda:acaba com o nariz.Parece que você tomou um soco no nariz a noite toda. Eis uma foto:

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Desabafos!

22 anos.Quase 23.A contagem é simples:nascido em 1987,quantos anos terei em 2010?23.A idade Mágica.
Há algum tempo venho refletindo sobre algumas coisas.Memórias.Aqueles souvenirs do passado,quer palavra mais interessante pra representar algo que já se foi?A memória é algo interessante,de fato.Nela buscamos forças.E até mesmo possibilidades que não se consagraram.

Me lembro de uma época de ouro de minha vida - 1998/2002.Por quê?Nela descobri como diluir minha vida no bom e velho rock'n'roll.
E mais: as ruas.Começara a andar pelos centros de Ituiutaba com meus irmãos.Neste período as andanças ainda eram feitas em bandos de garotos e garotas.Amedontrador lembrar de que algum dia fui arrebanhado!Mas as ruas,sim, tinham algo que atraíam.E não eram simplesmente a rebeldia do bando,que aos poucos foi indo, dando seus evidentes sinais de senilidade.Mas naquela época eu via algo mais:Histórias em quadrinhos.Discos de Seattle,Nirvana,Pearl Jam.Conversas regradas a muito refrigerante.Frustrações de férias.Amores sequer mal resolvidos,que se perdiam na fragilidade da véspera.

Mas,o que mais me faz retornar são essas bandas, que ficaram sendo minha trilha sonora enquanto eu imaginava minha vida dali há alguns anos."Cabelo grande,pintado de vermelho e estudando à noite!"Mas por que cargas d'água eu sempre via meu futuro com os trejeitos de quem sonha acordado?Por quê sempre o futuro era permeado pelo próprio modo como eu queria viver?Daí,até não ter encontrado palavras para dizer tudo aquilo,eu vivia uma Utopia.
O significado só fui aprender muito recentemente - afinal de contas,o que era sonhar naquele tempo?Acho que é sinceramente a mesma coisa que hoje.O detalhe,a série,é que não ando lá crendo que será mais possível fazê-lo sem ter nas costas coisas como TCC,crédito consignado BB Universitário,aluguel,plano controle pra telefone,mesada semanal.Vá-la:ainda me dou os devidos floreios de acreditar em Utopias!
Se ouso um pouco mais? Sim:o cheiro do ano de 1999 tenho em fragmentos pela minha mente.Algo doce,de princípio.Misturado,em alguns momentos,no fim da tarde,àquele cheiro de mato verde cortado.A pressa não me deixa mais palavras.Já estávamos em idos de fevereiro.E isso denunciava:início da 5ª série.O que esperar do ano,neste ano?O melhor da minha vida?
Sim,sempre!


Ao som de Pearl Jam - Black

terça-feira, 18 de maio de 2010

Relembrando um fato curioso

Olá a todos!
Mais um ano do Concurso de Fotografias da FTM!
Que tal aquele antigo texto do Alcibíades para relembrarmos o "fiasco" que foi o concurso no ano passado?

Boa leitura!

Um fato curioso


Um fato curioso, como muitos em meu dia-a-dia, chamou minha atenção tempos atrás. Em seu segundo ano, o 2º Concurso de Fotografia da Faculdade do Triângulo Mineiro, a FTM, obteve uma fotografia vencedora. Com o tema “História da Nossa Terra”, o intuito, bastante significativo por sinal, era de que os participantes lançassem um olhar mais histórico sobre a nossa Ituiutaba. Ponto positivo, haja vista que a intervenção dos participantes em sua terra natal nos mostrou uma cidade cujos maiores locais de destaque passam despercebidos pelos olhares que se dividem entre os carros que cruzam afoitos o trânsito, e o relógio que coordena, com disciplina militar, o andado por entre as ruas principais da cidade.
Com o total de 27 fotos inscritas (pequena quantidade para uma cidade a qual possui alguns milhares de habitantes) o concurso teve como foto ganhadora uma duvidosa fotografia... Quem teve a oportunidade em vê-la, logo percebe uma coisa: a casa representada é aquele casarão que todo mundo nota ao passar pelo cruzamento da 26 com a av. 15:




De fato, a casa evidencia os tempos idos, seja por sua arquitetura, seja pelas histórias que ouvimos quando pequenos daquele mesmo lugar. Isso é o sinal de que a história anda de mãos dadas com nossas vidas, só que não a notamos tão evidente. Para que essa [a história] se torne evidente principalmente em uma fotografia acredito que não basta o amarelado do papel, ou muito menos captar uma edificação antiga: antes de tudo é preciso o olhar.
Ao dizer isso, não quero parecer um velho rabugento que só reclama da vida– ao contrário, quero olhares que me dêem coisas novas ao que pensar! Nada mais coerente, não é mesmo? Além do mais, pensar é a melhor forma de prevenir o Alzheimer, sabiam? E, na minha rabugice de velho, creio que aquela não era a melhor foto para me pôr diante do meu passado vivido em Ituiutaba, muito menos uma fonte para me prevenir do Alzheimer... Conquanto que fosse melhor fotometrada (observada a condição da luz no momento em que se tirou a foto) e tido um enquadramento mais digno (resultado de horas pensando em qual melhor meio para tirar a foto), eu poderia achá-la interessante...
Mais um devaneio – a fotografia, sobretudo hoje, não é apenas fazer “clique!” no disparador. Não é, da mesma forma, puramente um registro histórico de uma determinada época. Basta olhar para as fotografias de Sebastião Salgado, Steve Mccurry, Cartier-Bresson, Eugene Smith, Araquém Alcântara etc. que logo percebemos a realidade da própria foto, ou seja, elas possuem algo que nos atrai, que nos chama a atenção e sensibiliza. E isso não está naquilo que ela representa, mas está no modo como lançamos os nossos olhares para o objeto de nossa atenção – o mundo! Essa é a condição que coloca em contato todos os homens ao olharem uma fotografia com a de Steve Mccurry de uma refugiada afegã tirada em 1985:





A foto, de autoria Steve McCurry, foi feita com um Kodachrome



Mas é óbvio: minha crítica não deve ser entendida contra a pessoa do fotográfo, longe disso. Ou melhor, deve-se voltar para a banca examinadora. Pressuponho que essa [a banca] tenha sido composta no mínimo por especialistas no que estão julgando: quem melhor do que um médico para julgar os erros ou acertos de um colega de profissão?
Deixando a rabugice de lado, gostaria de fazer valer alguma fotografia que passou despercebida:



Sinceramente, essa me deixou (e a todos que mostrei) sem palavras... A imagem parece falar mais do que mil julgamentos. Por ser um apaixonado por retratos, gostei muito da fotografia com o título: “Pedrão, um memorial ituiutabano”. E teve algumas mais que, em minha opinião, devessem ser mais bem analisadas sem o peso de estamparem o GuiaSei. No entanto, como o concurso já passou, essas minhas palavras passarão sem o menor alvoroço, como a uma folha que se deixa levar pela brisa da manhã. O que espero, pois, é que a fotografia seja levada mais a sério. Não como um simples meio de representar ‘velhos’ patrimônios públicos esquecidos, mas que faça mais que isso: que nos leve a repensar a trivialidade de nosso de dia-a-dia (e, consequentemente, a prevenir o Alzheimer!).

Sem mais delongas,

Alcibíades Nihil.

e-mail do Autor: alcibiades.nihil@gmail.com