segunda-feira, 22 de junho de 2009

A minha referência!

Dizem (boa parte dos linguistas) que a metalinguagem acabou. No entanto, eu continuo, poeticamente, minhas próprias referências: à impossibilidade de referir-me, convencionalmente, às palavras... Continuo assim. De modo arbitrário.E de arbitrariedade vocês compreendem. Sem mais delongas...

Sem título - I

À palavra desenhante

Foi posta um desafio:

Caber no papel.


Não com rabiscos em folha sulfite,

Ou sombreios de carvão vegetal.


Mas mediante a linguagem,

Única que não se cala

(e sempre recria),

– mesmo perante a ausência do real:

Fática.


domingo, 14 de junho de 2009

A todo vapor...ao menos parece!

Bom,estive em busca de contatos. Algumas pessoas leram o blog: valeu aí Luciene,Edgar,Fred e Jompas! Espero que possam nos ajudar nessa empreitada...
O "Estranha Poiesis" busca uma manifestação contemporânea nas artes,sejam elas de qualquer suporte. Por "contemporâneo" entendo... bulhufas! Lembro-me vagamente de uma palestra do professor da UERJ, Ítalo Morriconi, na UFU,na qual o teórico buscou delimitar e conceituar o "contemporâneo". Desculpem-me,mas não achei tão satisfatória a sua conceitualização.
No entanto,não é "culpa" dele. Acredito que seja mais uma impossibilidade histórica,do que propriamente do conceito. É-nos necessária certa distância daquilo que buscamos conceituar,para termos uma visão mais abrangente do assunto. O conceito demanda tempo, uma determinada "narrativa" por detrás para que assim se torne o que é. E para determinar o que é a arte contemporânea é preciso uma reflexão que se referencie constantemente a outros conceitos. Dentre eles, identifico-me com a tal da "representação", conceito polívoco e altamente complexo.Sendo assim, nesses "posts" tentarei não entrar muito no assunto teórico, haja vista a sua inutilidade!Somos contemporâneos,e como tais,não queremos o pensamento envolto sob qualquer dificuldade.Queremos a imagem jogada,estirada;que,afinal de contas,nos atordoe!
Sem mais futilidades,aqui vai mais outra poesia, ainda (sempre) em construção.É um pouco antiga. Dêem dicas,ok?

Considerações Primeiras



Venho escrevendo desde as 8:00 da manhã,
E desde então não tive sequer
Uma imagem que me atordoe

A ponto de cortar vínculos
Com o que é ontem
E o que foi hoje.

Assim resgato a razão,
Que entra sorrateira pelos caminhos da sensação

E calada aniquila em pedaços
As reminiscências que germinam
O terreno da imaginação.


Anésio Neto



Tenham uma boa semana!!!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A referência e o fragmento

Bem vindos!
Resolvi,enfim,(re)criar um blog!Nunca consegui sustentar tal façanha.É realmente muito chato e difícil.Dá trabalho,sério mesmo!Já tentaram alguma vez?Ficar atualizando constantemente;buscar contatos;criar lista de preferidos!Afff...Se eu continuar enumerando esses 'defeitos',largaria mais um perdido por esse gigantesco mundo virtual.De tantas manifestações literárias presentes na internet,é impossível atribuí-las categorias valorativas.Essa é uma das premissas que fundam a polivocidade contemporânea.E acredito que assim perdurará.
Esse blog tem o intuito de propagar um pouco desse produção.Tentarei ser o mais breve,o mais fragmentado,o mais cheio de dúvidas,o mais coerente... Enfim,sei que isso é impossível num mundo onde todos reivindicam essas mesmas características. Buscarei,portanto,fazer desse algo diferente:com publicações de poemas,fotografias e possíveis estudos sobre qualquer coisa que me venha à mente.Façamos um pacto:eu escrevo,e vocês - vocês mesmos,leitores hipócritas - criam qualquer comentário,OK?!
Sem mais delongas,apresento um poema.Ao menos espero que haja aqueles para quem falo!

Bom comecemos:


Às vésperas das pessoas nos abraçamos*


Sempre junto a algumas noites em claro,
Ausente de qualquer vontade,
Entre mãos ansiosas que captam possibilidades,
Diante da menor atenção se esvai
O desejo

Que enquanto se fizer ouvir,
(e não a vontade,
Limitada a tão somente obedecê-lo)
Tornará presente as vésperas.



Anésio Neto



*Dedicado à professora Luciene Azevedo (UFBA), que devido à sua insistência, tornou a imagem uma possibilidade.





In: Experimentando a vida:cotidiano,esperanças e sensibilidades, Org. Enivalda Nunes Freitas e Souza, Uberlândia:2008,p.52.